Archive for 2011

Procurando-te no tudo,
Encontro-te no nada.
Sem saber do que quero,
Não me acho abandonada.

Sei que na noite te escondes
E no dia te reflectes,
Quem te ama sofre imenso
Pelo que não transpareces.

E poucas palavras bastam
Para explicar o nosso amor,
A distância que nos separa
Nem chega a provocar dor.

Mas nem sempre haverá luz
Nos caminhos que percorres,
Não tens de ver o fundo
Do abismo onde morres!

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Avô

Apesar da tua morte nunca senti a tua falta, porque sei que estás sempre comigo e vives no meu coração. Sei que a morte física te pode ter levado, mas nunca nada te irá levar do meu ser. O que fizeste durante a vida, permanecerá na eternidade

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sem pensamento prévio, muito menos qualquer rascunho. escrever-te-ei por impulso, tal como flui aquilo que me vai ligando a ti, meu amor. estás longe hoje, sempre estiveste... e não foi isso que nos afastou. só que, hoje, mais do que qualquer outro dia, sinto mais dolorosamente a tua falta. é apenas isso, um desabafo, algo demasiado íntimo para ser partilhado desta forma. mas se fosse de outra, não o compreenderias. (ainda) te amo.

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Busca

Soa muito anti-social/egoísta se disser que quero viver em solidão absoluta, durante um espaço de tempo ainda indefinido, a fim de encontrar o meu, também indefinido, EU?

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far away

There's a child in me, still hiding behind your tree,
But awkward we're hiding 'til the moment we're dying.
Maybe I'm free, but freedom just means that I'm lost...
It feels like I'm driving without ever arriving...

Blackfield.

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prazeres solitários

esta pequena crítica é fruto de uma reflexão esporádica e precoce, que resultou nisto:
toda a gente acha horrível o facto de estar sozinho durante um simples dia. e dizem que o tempo não passa ou parece eterno, quando para mim, nesses dias, o tempo voa.
vou enumerar algumas coisas que, na minha opinião, são únicas e insubstituíveis. pequenos actos e momentos que levam a uma felicidade interior maior que a da própria socialização.
haverá algo que consiga superar o prazer de ler um livro, ao entardecer, sentado à sombra de uma árvore? ou talvez, ultrapassar a felicidade que se atinge ao reflectir sobre a simplicidade da nossa efémera existência, sentado à beira mar? ou então, aqueles momentos memoráveis que nos vêm à cabeça quando ouvimos a nossa música favorita pela noite dentro? para mim a resposta é curta e simples. como é que há tanta gente incapaz de sentir o mesmo?
há tantas coisas que se podem fazer, basta um pouco de criatividade. começo a crer que, neste mundo de criatividade estéril, só os lunáticos sobreviverão. e não percebe o homem que, ao tentar negar e evitar a sua própria loucura, está a perder a melhor parte da sua vida.

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Felizmente há luar!

"Ensina-se-lhes que sejam valentes, para um dia virem a ser julgados por covardes!
Ensina-se-lhes que sejam justos, para viverem num Mundo em que reina a injustiça!
Ensina-se-lhes que sejam leais, para que a lealdade, um dia, os leve à forca!
(...)
Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina!
Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim...
Felizmente − felizmente há luar!"

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Uma companhia...

A noite cai. Nesta casa vazia,
Tão solitária quanto fria.
Resta o meu gato para me confortar...
Devagar, ao meu colo, ele se vem deleitar.

Nos dias cansados de solidão,
Basta uma efémera companhia.
Algo que sobressaia da escuridão
Com o brilho de um novo dia.

Faz-me falta alguém!
Uma pessoa que more além.
Gostava eu que fosse sensível,
E com outro gato, se possível.

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Passagem

Os pensamentos estagnam lentamente,
A morte congela o que já não se sente.
A luz apaga-se no vazio,
Transportando aquele imóvel corpo frio
Para o lugar mais temível e sombrio,
Tão horrível quanto transcendente.

Ao inferno um homem chegou!
E maravilhado com tamanha tentação,
Sem pensar, cegamente se entregou.
Satanás o possuiu,
Seu corpo consumiu
Até à mais íntima sensação.

E deus, perante tudo, adormeceu.
Fechou os olhos e esqueceu
Que a sua Criação o traíra
Construindo um mundo de traição e mentira.

E passivamente por ele passamos,
Ao seu cinismo nos entregamos.
Nada fazemos para mudar,
Nem o mínimo esforço para pensar.
Porque preferem viver no comodismo
A ter que enfrentar o próprio cinismo.

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Tempo

Tempo…
Como tu passas
Por essas vidas escassas.
Como tu roubas um momento
Do berço materno do sentimento.

Sufocas com a tua permanência,
Imune a qualquer existência,
Os teus segundos fazem nascer,
Os teus dias permitem viver
E os anos que transportas,
Lentamente, me forçam a morrer…
Mesmo sendo eu, memórias já mortas.

E toda esta angústia pela morte,
O tempo que voa e leva a sorte,
A horrível incerteza do fim,
Os dias que se afastam de mim…
E quanto mais perto
Do vazio eu chegar,
Saberei, de certo,
Que a vida está a terminar.

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and love dies in your eyes

don't talk about my heart, 'cause you never knew the feelings within and you'll never know which is my sin.

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Fosse eu quem tu amavas

Quanto menos queria um fim,
Mais rápido acabavas.
E era, amor, assim,
Devagar que me deixavas.
E fosse dor o que sentia
Pois ódio já não o podia.

Só tu nos dias perduravas,
Todo o resto com a brisa ia.
Fosse eu quem tu amavas
E "meu amor" não morreria.

E as promessas um dia feitas
São agora vaga esperança,
Que me alimentam a alma desfeita
Ansiando por bonança.

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Ego

Instabilidade!
Eis a palavra chave,
Consequência fatal da minha insanidade.

Horror gélido das minhas sensações,
Terror premonitório de quem alegre vive
Numa vida passível de tentações
Às quais cede, num infinito declive.

Curiosidade inata, Ele me concedeu.
Para penetrar nessas medonhas regiões
Onde só entra quem agora morreu.

Aqui estou, às portas da minha morte
Aguardando Tua permissão
Para navegar nesse mundo nulo de sorte.

Eu sou o fruto da Tua criação.
Espírito vazio de ambição
Que perante Ti abandona a razão,
E mergulha nesta imensa solidão:
O Vazio!

Mata-me, a sangue frio!
Sem perdão ou compaixão.
Deleita-me no Teu sagrado caixão
E transporta-me para o mundo sombrio.

Morri?!
Sim, porque vivi.
Só agora percebi a vida,
Esta aberta ferida
À qual chamas "O Fim"!

Deus?! Não, não existes!
Por fim, e finalmente, eu percebi
Que não és nada mais
Que consciência dentro de mim.

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Deus

Ó Deus! Causas-me dor de pensamento,
Incómodo instável de tranquilidade.
Deixa-me existir sem sofrimento,
Pois já nem te peço felicidade!

Existes tu? Eu não sei,
Não vou pensar nisso
Porque és, de tudo, tão esquisso.

Creio, em mim.
Jamais em ti!
Creio, vagamente, num "nós"...
Que, por fim, seremos sós.

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Carta

Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos,
Pedaço de silêncios perdidos.
<3
Toranja

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Coragem só não chega!

Se me dizem que é preciso coragem para fazer frente às maiorias e a crenças profundamente entranhadas no inconsciente do ser humano, eu refuto (literalmente)! Está incompleto. É necessário um pouco mais, coragem só não basta. Com apenas coragem, iremos ceder às maiorias, essas que usarão contra "nós" a tal pseudo-coragem e farão de nós uns 'simples' pseudo-heróis. É preciso determinação, espírito aberto, curiosidade e pertinência. Coragem só não chega! De que te vale toda a tua coragem sem as qualidades antes mencionadas?

Sim, eu digo mal do mundo! E o mundo diz mal de mim. É um benefício mútuo. Eu aprendo com os erros do mundo, e o mundo aprende com os pontos fracos que lhe aponto. Parece extremamente absolutista e perfeccionista, mas não. As aparências enganam! Simplesmente digo que são necessárias mais pessoas que se oponham e menos pessoas que se deixem levar pela corrente. Para se escolher um dos lados é necessário ter conhecimento de ambos os lados e, geralmente, quem escolhe cega e convictamente o lado da maioria, raramente tem conhecimento (suficiente) do lado da minoria.
Pronto, agora que já disse mal do mundo, podem atirar pedras! Mas, atira-as só se NÃO és mais um dos que, cegamente, se deixam levar pelas ideias 'generalizadas' de outros.

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Diz-me só uma palavra

Diz-me só uma palavra.
Essa que usaste na despedida
Durante a noite em que me deixaste,
Naquele deserto escuro perdida.

Fala-me o quanto me querias
Todos os adjectivos que dizias...
Que de um dia para o outro,
Encarnaram em palavras frias.

E todos os beijos que não foram dados,
Todos os desejos por ti negados,
Vivem fechados em mim agora
Enquanto o silêncio se ouve lá fora...

E de ti nada mais ouvi.
Depois de tudo o que sofri
E de todo o sangue derramado,
Eu lembro-te,
Que me podias ter amado
Sem nunca me dizeres um "amo-te"!

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2011

irónico. é sempre a única e mesma palavra que uso para descrever todos os anos pelos quais vivi. nada acontece por acaso, sei disso, mas muitas vezes o inesperado magoa, dói. digamos que hoje sou só eu e o meu gato, sentados à frente do computador, ouvindo The Story (Brandi Carlile) e contemplando as nuvens no céu, a natureza a dois passos de mim. não te vou deixar nunca, sei que virás ler isto, por isso é que o escrevi.
no início não estava segura, não acreditava que poderíamos durar mais do que isto. 2 ou 3 meses depois, liguei-me definitivamente a ti, passei a acreditar numa vida contigo. e nunca mais me imaginei sem ti. hoje falas-me de amizade, ontem falavas-me de amor. como diz o ditado "ano novo, vida nova" - não! obrigada. foi a amizade sempre uma prioridade para mim, até te conhecer. a "minha" prioridade adquiriu um nome, o teu. hoje dizes-me que ficará sempre a amizade. deixo de acreditar no amor. no meio disto tudo, a palavra "amo-te" continua lá, o sentimento é que muda. deixo de insistir.
na maior parte dos dias desejo os meus olhos verdes, hoje estão bem verdinhos e já perderam a conta às lágrimas que chorei nas primeiras 12h de 2011. pelo menos tenho dois motivos para sorrir, os meus olhos estão verdes e não perdi a tua amizade. :)

amo-te...

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