Archive for março 2011

Ego

Instabilidade!
Eis a palavra chave,
Consequência fatal da minha insanidade.

Horror gélido das minhas sensações,
Terror premonitório de quem alegre vive
Numa vida passível de tentações
Às quais cede, num infinito declive.

Curiosidade inata, Ele me concedeu.
Para penetrar nessas medonhas regiões
Onde só entra quem agora morreu.

Aqui estou, às portas da minha morte
Aguardando Tua permissão
Para navegar nesse mundo nulo de sorte.

Eu sou o fruto da Tua criação.
Espírito vazio de ambição
Que perante Ti abandona a razão,
E mergulha nesta imensa solidão:
O Vazio!

Mata-me, a sangue frio!
Sem perdão ou compaixão.
Deleita-me no Teu sagrado caixão
E transporta-me para o mundo sombrio.

Morri?!
Sim, porque vivi.
Só agora percebi a vida,
Esta aberta ferida
À qual chamas "O Fim"!

Deus?! Não, não existes!
Por fim, e finalmente, eu percebi
Que não és nada mais
Que consciência dentro de mim.

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Deus

Ó Deus! Causas-me dor de pensamento,
Incómodo instável de tranquilidade.
Deixa-me existir sem sofrimento,
Pois já nem te peço felicidade!

Existes tu? Eu não sei,
Não vou pensar nisso
Porque és, de tudo, tão esquisso.

Creio, em mim.
Jamais em ti!
Creio, vagamente, num "nós"...
Que, por fim, seremos sós.

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Carta

Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos,
Pedaço de silêncios perdidos.
<3
Toranja

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